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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Diretoria mantém técnico Renato Gaúcho no cargo





















O Bahia vai brincar no Campeonato Baiano. Assim deve ter pensado o treinador do Esquadrão de Aço após as goleadas nas rodadas iniciais: 5 a 1 sobre o Colo-Colo e 3 a 0 diante do Vitória da Conquista.

Para chegar a esta conclusão, toma-se por base a declaração de Renato Gaúcho, quando ainda comandava o Fluminense. Em 2008, quando o tricolor privilegiava a Libertadores em relação ao Brasileiro, ele soltou a pérola. Acabou que o Flu foi vice continental e brigou contra o rebaixamento para a Série B.

É fato que a goleada sofrida diante do Bahia de Feira, no domingo, em Pituaçu, não vai mudar o jeito arrogante de Renato, mas o fará refletir e colocar os pés no chão. Afinal, seu emprego está em risco.

Nesta segunda-feira, 1º, duas reuniões aconteceram no Fazendão e a diretoria resolveu manter o treinador, apesar de o superintendente Elizeu Godoy ter afirmado, após a humilhante derrota, que, se pudesse, o demitiria.

Porém, o pensamento da cúpula tricolor pode mudar se vier nova derrota quarta, 3, às 21 horas, contra o Atlético, em Alagoinhas. “O clube vive de vitórias e o treinador também, mas ele está com a gente”, disse Godoy, que revelou ter havido conversa particular entre o presidente Marcelo Filho e Renato depois da atividade desta segunda.

Não deve ser difícil para os dois se entenderem, pois até combinam. Mais arrogante que ambos só mesmo o próprio Bahia, que insiste na conversa da tradição, da grandeza e esquece que o discurso da humildade dá muito mais certo para quem quer se reafirmar.

A gestão de Marcelo Guimarães Filho, desde seu início, aposta em atrair holofotes. E só nisso tem obtido sucesso. Primeiro, com a contratação de Paulo Carneiro e, neste ano, com o investimento em Renato Gaúcho e no ex-aposentado Edilson. Pelo menos, a torcida mostra não estar alienada e apenas 4 mil pagantes foram ver a estreia do Capetinha.

Aliás, este último completa o trio dos excessivamente auto-confiantes. Jura que trará o PSV Eindhoven para entregar as faixas de campeão baiano ao tricolor em amistoso.

No começo do ano, o pouco conhecido Gilson Kleina foi especulado para assumir o Bahia, mas, apesar da aprovação de Elizeu Godoy, o nome acabou esquecido. Kleina assumiu o Ipatinga e, em seu primeiro jogo, neste fim de semana, goleou o Cruzeiro, por 3 a 0.

“Ele fez um grande trabalho na Série B, pelo Duque de Caxias. Mas o Bahia preferiu trazer Renato e acho que tomou a atitude correta”, contemporizou Elizeu.

Fazendo comparação com o principal rival, Renato Gaúcho e o resto de sua comissão, composta apenas pelo preparador físico Alexandre Mendes, ganham R$ 150 mil mensais. O rubro-negro Ricardo Silva contenta-se com R$ 20 mil.

“É preciso começar a mudar esse conceito. Não se ganha mais com a camisa e até a arbitragem joga contra”, opinou Godoy.

Segundo ele, o Bahia deverá entrar com uma representação para Gleidson Oliveira não apitar mais jogos do tricolor. Além da diretoria, Renato Gaúcho também teria ficado insatisfeito com o árbitro, que registrou na súmula insultos do treinador. O tribunal vai definir se haverá pena ou não.

Mais crise - Há controvérsias se salários atrasados influenciam no desempenho de jogadores dentro de campo, mas o Bahia tem exagerado na dose. Tanto que chegou ao ponto de o zagueiro Alison, na semana passada, ter procurado o presidente para cobrar três meses de débito e luvas de sua renovação de contrato.

“Conversei com ele e reivindiquei os meus direitos. Foi prometido que tudo seria pago até o final desta semana e eu espero que seja”, pressionou o atleta, no clube desde 2007.

Não só os jogadores como os demais funcionários sofrem com os calotes da diretoria. O departamento amador e o de serviços gerais já começam a ameaçar fazer motim.

Com a renda no estádio abaixo da esperada, o Bahia busca outras alternativas para sanar as dívidas. O dinheiro da estatal Petrobras (R$ 1,5 milhão por ano, até 2012) é ansiosamente aguardado e outro patrocínio, que ilustrará pequena parte do uniforme, vai ajudar.

Se não troca o comandante, a diretoria procura mudar algumas peças do elenco, que não é tão eficiente para o início do ano quanto se pensava. Enquanto espera a resposta do lateral-direito Dida, do Vila Nova, ainda corre atrás de reforços para o meio-campo e o ataque.



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